Texto - EDUCAÇÃO

04-06-2010 18:57

 

Texto do eixo de Educação para o Jornal Opinião (INSPER - Instituto de Ensino e Pesquisa)

 

           O Projeto Tombo busca melhorar a sociedade utilizando-se das ferramentas que se encontram a sua volta. Uma destas ferramentas é a Educação. No semestre passado dois alunos-pesquisadores estudaram a teoria de desenvolvimento moral com a orientação de Carolina da Costa do DEA -   Departamento de Ensino e Aprendizagem – dentro do Insper. O resultado dessa pesquisa foi a elaboração de uma dinâmica não formal aplicada aos alunos do Insper e a crianças da ONG Quixote na Vila Mariana. O Projeto Tombo acredita na educação do Jovem para o Jovem e, portanto, vê nas dinâmicas, um método diferente, capaz de passar conteúdo de forma eficiente.

             Neste semestre a área de estudo do eixo de Educação se voltou para políticas públicas, sendo que nossas pesquisas foram motivadas por alguns questionamentos da realidade que nos cerca. A falta de qualidade no ensino brasileiro, a baixa motivação da população para estudar, a falta de renda como fator contribuinte para o distanciamento de grande faixa da população brasileira da escola e a falta de exemplo dentro de suas próprias casas nos leva a refletir sobre o papel do Governo e da Iniciativa Privada no que se refere à Educação.

            Por que o Estado brasileiro deveria investir em educação? Essa é a primeira pergunta pertinente visto que há diversas instituições privadas ofertando o ensino. Você poderia argumentar que o Estado deve prover o ensino para as pessoas de baixa renda, pois elas não tem condições financeiras de pagar um escola particular. Essa é uma possível justificativa. Mas o que se verifica, e agora aplicando os conceitos econômicos aprendidos em sala de aula, é que a Educação é um bem que gera externalidades positivas dentro de um país: uma vez que o cidadão é educado, ele aumenta as suas possibilidades de ganho de salário e conquista de empregos futuros, mas esses não são os únicos benefícios da educação. O indivíduo desenvolve o seu raciocínio, se tornando mais capaz de selecionar governantes para o seus país, sendo mais consciente do impacto de suas atitudes, trazendo para um pais ganhos imensos a respeito de certos problemas, como por exemplo, a redução da violência nas ruas e doméstica, problema dificílimo de ser resolvido. Portanto, continuemos pensando, se são tão boas as externalidades da educação, se ela abre tantas possibilidades, por que o Estado não é capaz de provê-la?

            Cabe aqui pensar sobre quanto dinheiro é atualmente investido em educação para então verificar se o problema é a falta de investimento. Ou talvez onde, ou seja, como esse dinheiro é investido? O que determina a qualidade da educação? Nós do projeto Tombo acreditamos que precisamos entender algo para então modificá-lo. Entender os investimentos em educação é o que nos fará identificar onde é necessário atuar, para podermos criticar os custos, a efetividade e a justiça da atual estrutura escolar.

            Diversos estudiosos escreveram sobre isso e é nesta fase da pesquisa em que estamos. Entender os problemas que vão muito além da presença de um bom professor em sala de aula ou das condições de infra-estrutura. A questão pode envolver o ambiente familiar, a maneira como os pais ensinam seus filhos a lidar com a escola, quais são as condições no lar dessas crianças. Hanuchek em um de seus estudos concluiu que crescentes aumentos no tamanho da familia afetam negativamente as notas escolares.

Nesse momento analisamos textos de autores brasileiros que explicam através de seus estudos o porquê da qualidade deixar tanto a desejar nas escolas desse país.

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